sexta-feira, 28 de junho de 2013

PORQUE HÁ REENGORDA APÓS A GASTRO?

É meio assustador constatar que há um número considerável de pessoas que reengordam após a gastroplastia. E aí vem a pergunta: O que deu errado?




A ideia inicial é a de que houve um erro ou que o estômago dilatou, mas não é bem por ai, tem uma lista com alguns fatores que podem levar a reengorda. 

A gastroplastia está cada vez mais "na moda", cada vez mais divulgada, cada vez mais "fácil" se conseguir laudo de autorização. E como esse fato pode está na lista de fator de reengorda? 

Bem, com a facilidade em conseguir autorização para operação, principalmente no âmbito particular, temos 2 aspectos que precisam ser levados em consideração: operar no oba oba acreditando que a gastro é a solução permanente, mágica e a não exigência de alguns profissionais por um preparo adequado no quesito psicológico e nutricional.

É importante que os médicos mostrem aos pacientes os prós e contras, o que pode ou não pode acontecer após a gastro, mostrar ao paciente que apesar da gastroplastia trazer benefícios à saúde e melhorar consideravelmente a qualidade de vida, ela depende MUITO do comportamento do paciente, de como ele seguirá as regras. 

Quando temos um problema a tendência é que queiramos resolvê-lo o mais rápido possível, e como ser obeso incomoda em muitos aspectos, nada mais natural que queiramos solucionar rápido, se possível entrar no centro cirúrgico e acordar magro, só que as coisas não são assim, é preciso realizar exames, fazer sessões com psicólogo, ter orientação nutricional, está amparado por uma boa equipe médica, então na ÂNSIA solucionar o problema muitas pessoas tem operado sem o devido conhecimento do que é a bariátrica. E acreditem, uma coisa é a cabeça que vamos para o centro cirúrgico e outra é o que vivemos após a gastro  que estando sem preparo torna-se bem mais difícil passar pelo processo. 

Um outro ponto de reflexão quanto ao que pode nos levar a uma reengorda refere-se a dilatação do estômago. Dilata ou não dilata afinal?


De acordo com a resposta de alguns profissionais, o estômago pode ter uma dilatação após a gastro, entretanto, jamais voltando ao tamanho normal, e isso pode levar a reengorda uma vez que a pessoa poderá ingerir quantidade maior de alimentos. Mais como ingerir maior quantidade de alimentos com o estômago reduzido? Ou pior, porque ingerir maior quantidade de alimentos se o objetivo é ficar magro?

Essa maior ingestão de alimentos, a possível dilatação do estômago está diretamente ligada ao fator que comentamos acima que é a falta de preparo psicológico e nutricional, tem haver com não controlar a compulsão alimentar por exemplo. 

Pode-se ter também como fator de reengorda  um alargamento da anastomose que é justamente a passagem do estômago para o jejuno que tem como consequência menor tempo de saciedade levando o paciente a comer mais. 

E quando a reengorda não tem um erro cirúrgico como o estômago ter ficado maior do que deveria? Quando não há dilatação ou alargamento da anastomose?

Ai entra o principal responsável pelo sucesso da cirurgia. NÓS. 

A gastro é o pontapé inicial, ela uma enorme ajuda na luta contra a obesidade, mas sozinha não faz acontecer. Precisamos ter acompanhamento nutricional adequado e isso não pode ser considerado somente durante o processo de emagrecimento, pelo contrário, deve ser levado para o processo de manutenção. 

Apesar de haver técnicas diferentes, organismos distintos, variação do tamanho do estômago, o que vai pesar na balança é o que comemos, a qualidade do que está em nosso prato vai fazer enorme diferença. Por isso o acompanhamento nutricional é importante, pois uma coisa é comer 300g de um prato balanceado e outra é comer 300g de batata frita com bacon e queijo. 

A atividade física também é um fator importante tanto para chegar ao peso ideal quanto para mantê-lo e a quantidade calórica precisa está ajustada ao modo de vida de cada um. 

Com o passar do tempo, já com a meta alcançada a tendência é que fiquemos mais relaxados, o estômago já se adaptou ao processo, sem contar o efeito funil , a fome aparece e podemos comer mais sem necessariamente o estômago ter dilatado, então a preocupação não deve está atrelada somente a quantidade, mais a qualidade do que se coloca no prato. 

O importante é ficarmos atentos ao que comemos, a variação de peso, fazer o acompanhamento pelo menos a cada 6 meses porque com ele qualquer alteração significativa a equipe já pode buscar estratégias que ajudem a contornar o problema evitando uma reengorda. 

Da mesma forma que muitas vezes buscamos desculpas, motivos ou um culpado para chegarmos a obesidade, na reengorda isso também é comum, porém é preciso lembrar que nós somos responsáveis, então se percebemos alterações, se não estamos conseguindo sozinhos vamos correr atrás. 

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