terça-feira, 16 de abril de 2013

APRENDENDO A NÃO TOMAR CAFÉ PENSANDO NO ALMOÇO..

Para chegar a condição de obeso tem todo um caminho. Ninguém ganha vários quilos do dia para a noite..Infelizmente vamos acumulando ao longo de um determinado tempo.

Mas, talvez a parte mais difícil de tratar a obesidade seja reconhecer que há de fato um problema e, principalmente, que este problema só está refletido no corpo porque na verdade ele está na cabeça.

Quantas vezes não estamos tomando o café da manha e já pensando no que vai lanchar ou almoçar? Quantas vezes não comemos com os olhos, literalmente olhos maior que a barriga? E o pior, quantas vezes nos sentimos culpados depois?

De maneira geral as pessoas começam a engordar e ai o discurso é: São somente alguns quilinhos ou nada que uma dietazinha não resolva. Só que nesse só alguns quilinhos ou na segunda começo a nova dieta lá se vão muitos quilos a mais ocupando o corpo.

Outro discurso bem comum é o "não sei porque engordo se como tão pouco".

Em todos os discursos, na verdade, há uma tentativa de dizer que está tudo bem, ou uma falta de reconhecimento de que pode mesmo haver um problema. 

Ninguém gosta de receber críticas quanto ao corpo ou quanto a qualquer outro aspecto.Ninguém gosta de ser observado ao colocar a comida no prato e por essas razões muitas vezes se come pouco na frente dos outros e depois ataca-se a geladeira, damos respostas até mesmo grosseiras para quem nos fala de peso, nos escondemos atrás de outras coisas que chamem atenção como ser divertida. Enfim, vamos cada vez mais tentando tirar o foco do peso. 

A preparação psicológica para a gastro é extremamente importante justamente para dar um norte em relação a nossa relação com a comida. É um processo fundamental para o aprendizado de que a comida deve fazer parte de nossa vida e não ser o foco. 

Pelo menos mais da metade dos casos de obesidade estão ligados a alguma compulsão e não é operar que a compulsão some, a gastro não é a solução para o problema, ela é uma ferramenta. A gastroplastia funciona como um divisor de águas, é um choque tanto no organismo quanto na cabeça.

A limitação alimentar imposta pela gastro no início, dieta dos copinhos, a pastosa, até chegarmos ao ponto de uma dieta "livre" pode ser um processo bem difícil se não houver um bom preparo psicológico, afinal, todo obeso tem na comida um grande prazer e esse prazer é bruscamente cortado com a gastro já que quando se sai do centro cirúrgico alimentarmente falando temos que reaprender a comer e como nossos hábitos (na maioria das vezes mal hábitos) estão ali todos já construídos isso é um choque.

Apesar de não sentirmos fome imediatamente a gastro, sentimos vontade de comer, estamos condicionados a mastigar e, mais precisamente estamos condicionados a colocar a comida como foco, haja vista o discursos de muitos obesos de que se está triste come, se está alegre come, se está estressado come e por ai vai. 

Reaprender a comer, aprender a encarar a comida como uma fonte necessária de nutrientes que precisam ser bem selecionados, (re) aprender que podemos "tudo" até pode, mas não pode virar rotina e sim exceção a regra é uma tarefa diária no mundo pós gastro.

Muitas pessoas perguntam se há a perda do prazer em comer, pra mim não perdi esse prazer, mas muitas coisas não me agradam mais e vejo isso como um fator positivo. Por exemplo, hoje troco perfeitamente uma porção grande de batata frita do MAC por uma salada da Subway. Aprendi a gostar de coisas que eu não me permitia em termos alimentares. Digo que apurei o paladar.

Hoje as vezes ainda me vejo pensando no almoço quando ainda estou no café da manhã, e a cada vez que isso acontece eu sei que preciso melhorar, sei que preciso manter o foco., afinal mesmo magra sou obesa em tratamento e essa é uma realidade que não posso me dar ao luxo de esquecer. 




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