O antes e o depois da bariátrica são um mix de sentimentos e expectativas. A obesidade é uma doença que na maioria das vezes afeta primeiro a cabeça, pois é o comer exagerado, a compulsão, a depressão, a ansiedade, na verdade um mix de coisas que fazem a gente engordar.
Estar gordo para agrande maioria não é um mar de rosas. Sim! Para a grande maioria, porque existe uma parcela da população obesa que se sente feliz, se assume feliz, aceitando o próprio corpo.
Inevitavelmente, mesmo para aqueles obesos com IMC a partir de 40 que de maneira geral estão com a saúde conservada, uma hora a obesidade traz problemas, uma hora ela incomoda. E é nesse incomodo que a cirurgia aparece como solução.
Para mim nunca foi meta me aceitar obesa, na infância oscilava peso, fiquei um tempo gordinha, mas depois com esporte emagreci e assim passei até os vinte e dois anos, por uma série de problemas descontei na comida e os ponteiros da balança só subiam, depois veio a gravidez, o problema com a colite e quase 3 anos de corticoides que associados a problema na coluna e a tendinite e quando vi já estava realmente obesa, não era mais a gordinha sexy.....
Chorava, não aceitava, me sentia feia, sem ânimo para nada, deixei minha vaidade de lado. Ser gorda, em aspecto nenhum, definitivamente me fez bem. Decidi operar foi uma decisão sábia, porém difícil.
Por mais necessidade e vontade que tivesse em operar, tinha um monte de medos. Medo de morrer na sala de cirurgia, medo de não suportar o pós-operatório, medo de como seria a vida depois. Mas esse medo se misturava a uma vontade de viver melhor, de me sentir capaz de levantar, de voltar ao corpo antigo, de ter uma saúde proporcional a alguém de 32 anos, enfim...
Foram 2 anos pesquisando, conversando com operados, tirando dúvidas com médicos, correndo atrás de tudo o que fosse possível para me sentir segura, para realmente ter cerceta ao assinar aquele termo de responsabilidade que eu estava preparada.
O pós-operatório é fácil? Não. Precisa ser preparado e muito bem antes de operar, senão a gente pira com tudo, com o peso, com qualquer dor, com a vontade de mastigar (porque fome não tem). E o mais difícil, entender que o pós-operatório é para sempre. Isso, porque afinal vamos ser sempre operados, temos sempre que nos vigiar, nos reeducar.
Agora se passaram 9 meses e o que posso dizer é: faria novamente. Tenho aprendido a cada dia, com cada situação que de fato não operei a cabeça e que esta precisa ser policiada.
O medo ainda existe. Não sei o que será da minha saúde daqui a 10, 15, 20 anos. Não há tantos dados para pessoas operadas a mais de 10 anos. Busco fazer o possível para seguir as recomendações, para não cair em tentações gastronômicas, mais ainda assim prefiro o hoje, o agora...
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