É muito comum que pacientes submetidos à bariátrica tenham problemas com cálculos na vesícula, então vejamos.
"A vesícula biliar é um órgão que se localiza junto ao fígado e tem a função de armazenar a bile, a qual é produzida pelo fígado, e liberada no intestino após as refeições. A bile ajuda na digestão das gorduras e tem um alto teor de sais biliares, que são produzidos a partir de colesterol. Assim, a vesícula funciona como uma bolsa armazenadora desses sais biliares, ricos em colesterol. Nos intervalos entre as refeições, a parte líquida da bile vai sendo absorvida pelas paredes da vesícula, fazendo com que a mesma fique mais concentrada, ou seja, menor quantidade de água. Este é o mecanismo pelo qual começam a se formar os cálculos ou pedras".
"A vesícula biliar é um órgão que se localiza junto ao fígado e tem a função de armazenar a bile, a qual é produzida pelo fígado, e liberada no intestino após as refeições. A bile ajuda na digestão das gorduras e tem um alto teor de sais biliares, que são produzidos a partir de colesterol. Assim, a vesícula funciona como uma bolsa armazenadora desses sais biliares, ricos em colesterol. Nos intervalos entre as refeições, a parte líquida da bile vai sendo absorvida pelas paredes da vesícula, fazendo com que a mesma fique mais concentrada, ou seja, menor quantidade de água. Este é o mecanismo pelo qual começam a se formar os cálculos ou pedras".
Introdução
Os cálculos biliares ("pedras na vesícula") são
formados geralmente no interior da vesícula biliar. O que acontece é que quando
a água da bile vai sendo absorvida, os sais biliares vão ficando mais
concentrados. Como já dito, esses cálculos são ricos em colesterol. O mecanismo
é semelhante ao da formação dos cálculos renais ("pedras nos rins"),
e se assemelha à formação das pérolas, nas conchas. Os sais biliares, mais
concentrados, vão ficando mais próximos e acabam se agrupando; com o passar do
tempo, mais e mais sais se juntam aos anteriores. Já que os sais são ricos em
colesterol, podemos concluir que os cálculos são formados principalmente por
esse componente. Esses cálculos ficam armazenados na vesícula e, em determinado
momento, podem migrar pelos canais que levam a bile até o intestino. É aí que
está o maior problema.
Fatores de risco
Alguns fatores estão associados a um risco maior de
desenvolvimento de "pedras na vesícula". São eles:
• Obesidade: aumenta a secreção de colesterol na bile;
• Perda importante de peso: também aumenta a perda de
colesterol na bile;
• Uso de anticoncepcionais orais;
• Sexo feminino;
• Idade avançada;
• Gravidez;
• Dieta rica em gorduras;
• Vida sedentária;
• Hipertensão arterial (pressão alta);
• Tabagismo;
• Predisposição genética;
• Anemia hemolítica crônica: ocorre quando as hemácias
(células vermelhas do sangue) são destruídas.
Sintomas
Algumas vezes, os cálculos podem não causar nenhum sintoma,
de forma que o indivíduo nem imagina que tem esse problema. Os sintomas surgem
principalmente quando ocorre inflamação da vesícula ou quando o cálculo migra
para os canais que conduzem a bile.
No caso da migração das pedras, elas acabam obstruindo os
canais, pois esses são muito estreitos. Com isso, a pressão dentro da vesícula
aumenta e ocorre distensão (como se ela aumentasse de tamanho muito rápido),
levando ao sintoma mais característico: a chamada cólica biliar. Essa dor
aparece na região da "boca do estômago", vai aumentando de
intensidade e passa a localizar-se mais para o lado direito do abdome. O
indivíduo pode também contar que sente dor no ombro direito ou nas costas. Nos
casos sem complicações, dura até uma hora. Pode ser desencadeada após refeição
muito gordurosa, refeição normal ou quando o paciente se alimenta após um longo
período de jejum.
Náuseas e vômitos podem surgir no momento em que a dor
atinge o máximo de intensidade. A febre ocorre quando há inflamação dos canais
ou da vesícula. Se a febre for alta e acompanhar-se de calafrios, indica a
existência de infecção por bactérias, uma doença chamada colangite.
Quando o cálculo obstrui o canal de drenagem da bile, o
paciente pode apresentar icterícia ("amarelão"), ou seja, fica com a
pele e a porção branca dos olhos com coloração amarelada. Isso ocorre porque a
bile fica "parada" na vesícula e a bilirrubina (pigmento amarelado
presente na bile) vai sendo absorvida e passa para o sangue. Nesses casos, a
urina pode ficar escura (amarronzada) e as fezes claras.
Diagnóstico
A história que o paciente conta é bem característica, e
orienta o pensamento do médico para o diagnóstico. Para a confirmação da
presença dos cálculos realiza-se o exame de ultra-som. No caso dos cálculos
biliares, como a maioria é formada de colesterol, eles não aparecem na
radiografia, ao contrário dos cálculos renais (que são formados principalmente
por cálcio e, como os ossos, aparecem à radiografia). Por isso o ultra-som é
tão importante. No entanto, outros exames podem ser utilizados, como a
cintilografia.
Exames de sangue podem ser solicitados quando há suspeita de
alguma complicação da doença.
Complicações
Além da cólica biliar, o paciente com cálculos biliares está
sob risco de outras complicações:
• Colecistite aguda: é a inflamação aguda da vesícula, que
ocorre quando o cálculo fica preso logo na saída do órgão. O paciente apresenta
uma dor forte e constante e também febre.
• Coledocolitíase: o colédoco é o principal canal que leva a
bile desde a vesícula até o intestino. A coledocolitíase desenvolve-se quando o
cálculo obstrui esse canal. Nesses casos o paciente apresenta a icterícia
("amarelão").
• Colangite: é a infecção dos canais biliares por bactérias,
após a obstrução. A bile "parada" favorece a proliferação de
bactérias.
• Pancreatite: inflamação do pâncreas. Ocorre porque o canal
que leva a bile da vesícula para o intestino passa dentro do pâncreas e se
junta com o canal principal que drena o suco pancreático. Quando o cálculo
obstrui esses ductos, o suco pancreático fica retido e acaba agredindo o
próprio pâncreas.
Tratamento
O tratamento pode ser feito com medicamentos ou por
cirurgia, com a retirada da vesícula (colecistectomia). Os medicamentos atuam
dissolvendo o cálculo, e podem ser indicados para aqueles pacientes que não
apresentam sintomas. Porém, esse tratamento apresenta alguns inconvenientes,
como: uso prolongado de medicamento caro; recorrência dos cálculos após a
interrupção do uso. Esses fatores, aliados aos ótimos resultados obtidos com a
colecistectomia por laparoscopia, têm feito com que a cirurgia seja preferível.
A cirurgia está indicada nos seguintes casos:
• Paciente com sintomas graves o bastante para interferir
com sua rotina diária.
• Paciente que apresentou alguma complicação devido à
presença dos cálculos.
• Paciente que possui algum fator que aumente seu risco de
desenvolvimento de complicações.
A colecistectomia pode ser realizada de duas maneiras:
1. convencional, na qual o cirurgião faz uma incisão no
abdome e visualiza diretamente a vesícula;
2. laparoscopia, na qual o cirurgião introduz duas ou três
cânulas em pequenas aberturas na parede abdominal, e visualiza a cavidade por
meio de um monitor. A via laparoscópica é preferida, pois o resultado estético
é melhor, a dor no pós-operatório é mais leve, a duração da internação é menor
e o paciente volta mais rápido ao trabalho e a suas atividades habituais.
Outro tratamento que pode ser utilizado é a litotripsia
extracorpórea, da mesma forma que utilizada para os cálculos renais. Nessa
técnica, aplicam-se ondas de choque na superfície do abdome, dirigidas ao
cálculo, com o objetivo de quebrá-lo em pedaços menores que possam ser
eliminados. Deve ser utilizada em associação aos medicamentos que dissolvem os
cálculos. Porém, as indicações desse tratamento são restritas.
Prevenção
Ainda não foram determinadas maneiras para prevenir a
formação dos cálculos biliares, porém algumas recomendações são feitas:
• Dieta rica em fibras e com menor quantidade de gordura;
• Manter o peso ideal, evitando a obesidade;
• Prática de atividades físicas;
• Interromper o tabagismo.
Parabéns pelo seu artigo. Ajudou-me sobremaneira!!!
ResponderExcluirMuito boa abordagem!!! Parabens!!!!
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