quinta-feira, 31 de julho de 2014

SÓ É GORDO QUEM QUER?

Vagando pela internet em sites sobre dieta fitness me deparei com esta imagem e esta frase que muito me chamou atenção. 

No primeiro momento pensei assim: nossa, quem disse isso merece uns tapas, não sabe o que diz, é um puro ignorante. Ou seja, revolta mode on.

Depois, passado o momento indignação total e deixando de lado o sentimento de "pisaram no meu calo", fui refletir sobre a frase e daí vi que em determinado momento há pontos que de certa forma a tornam válida.

De fato não escolhemos nossa genética, não escolhemos nascer gordos, não escolhemos ter problemas endócrinos que nos levem a engordar, não escolhemos ter compulsão alimentar, não escolhemos ter depressão e descontar na comida, enfim, de modo geral não escolhemos engordar, não escolhemos sermos doentes, pois a obesidade é comprovadamente uma doença que leva a muitas outras, mas de fato a partir do momento em que temos consciência de que a doença existe podemos escolher se permanecemos ou não obesos, se "queremos ou não sermos gordos".

Não é fácil emagrecer quando a genética ta lá jogando contra a gente, não é estimulante se matar na academia, viver de alface e o ponteiro da balança simplesmente nem se mover ou mover-se a passo de tartaruga no máximo uns 500g, isso nos leva a desistir tantas e tantas vezes do processo de emagrecer e em alguns casos leva até a aceitação do "sou gordo e pronto, vou me amar assim" e, justamente por isso a frase SÓ É GORDO QUEM QUER a primeira vista é extremamente ofensiva para quem sofre com a obesidade.

Por outro lado, se apenas aceitarmos a nossa genética, se simplesmente aceitarmos a condição de obeso, mesmo sabendo que é uma doença, que tem vários fatores envolvidos, significa que estamos aceitando sermos gordos e aí a frase tem seu cunho de verdade, visto a quantidade de tratamentos e opções que existem hoje na luta contra a obesidade, incluindo a bariátrica.

Antes de decidi operar tentei várias dietas, da lua, da sopa, da matemática, dukan, do cão, do diabo a quatro, tomei inúmeras medicações, me matriculei sei lá quantas vezes em academia e não fui, desisti e comecei várias dietas às segundas-feiras, porém nunca aceitei ser obesa mesmo fracassando em várias tentativas. 

A questão é que comecei a entender que independente do fator que nos leva a obesidade e mesmo esta sendo uma doença a mudança depende da nossa vontade, das nossas escolhas. Mudar a condição de obeso com ou sem bariátrica depende do nosso querer, de não aceitarmos a condição de doentes pela obesidade, senão de fato vamos ser gordos porque queremos se só aceitarmos que essa é uma condição que não se pode mudar ou pelo menos tentar.










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